Diagnóstico precoce evita sequelas em casos de esclerose múltipla

O aleitamento materno gera inúmeros benefícios à mulher e ao seu bebê, tanto em relação aos aspectos nutricionais e emocionais para a dupla como também em relação à imunização e proteção contra doenças para o recém-nascido e para a mãe.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) constatou que as mães vacinadas contra a covid-19 produzem anticorpos que podem ser transmitidos ao recém-nascido pelo leite materno.

Conduzida pelo Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP e realizado pelo Instituto da Criança e do Adolescente, a pesquisa indicou presença de anticorpos no leite de colaboradoras lactantes do HC, imunizadas com a vacina Coronavac, do Instituto Butantan.

De acordo com o estudo, foi observado que a segunda dose forneceu um incremento no nível de anticorpos das gestantes e, em algumas das colaboradoras, níveis altos de anticorpos contra a covid-19 mantiveram-se no leite materno mesmo depois de alguns meses de amamentação.

“O leite materno é importante justamente porque carrega um grande repertório de anticorpos, acumulados ao longo da vida da gestante”, explica a professora Magda Carneiro Sampaio, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP, vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto da Criança do HC.

“O que o estudo mostra é que essa vacina também se incorpora ao repertório materno e a mãe vai passando esse anticorpo várias vezes ao dia ao bebê. Esse anticorpo [advindo do leite] é muito interessante, porque tem uma ação fundamentalmente local, quase nada dele é absorvido. Sua ação é em todo o trato gastrointestinal do bebê”, disse a professora que há mais de 30 anos desenvolve uma linha de trabalho sobre o estudo do leite humano.

A pesquisadora destaca que estudos equivalentes foram feitos em outros países, como Israel, Estados Unidos e Espanha, mostrando que as vacinas Pfizer, Moderna e Oxford/Astrazeneca também induzem anticorpos no leite. “No fundo, isso mostra que a Coronavac, nosso imunizante mais amplamente disponível no Brasil, é um bom imunizante”, afirma Magda.

“Dentre as que nós temos aqui disponíveis em maior quantidade, ela é a mais adequada para as gestantes pela questão da trombofilia”, diz a professora, a partir dos indícios coletados no trabalho. Mulheres gestantes compõem o grupo de risco da covid-19 e a tendência de se formarem coágulos sanguíneos [trombofilia] é maior nesse período.

Entidades médicas

As sociedades médicas do Brasil têm seguido a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que recomenda a vacinação em mulheres lactantes e não preconiza a interrupção da amamentação após a vacinação.

Apesar de os estudos comprovarem a presença de anticorpos no leite materno, casos confirmados no organismo de bebês ainda são isolados. No Brasil, há um episódio registrado em Tubarão (SC) onde um bebê de 2 anos, amamentado pela mãe que havia se vacinado, recebeu a confirmação de anticorpos de SARS-COV 2 por meio de um exame pedido pelo médico.

Segundo a pediatra Flávia Bravo, presidente da Comissão de Informação e Orientação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ainda não há evidências suficientes demonstrando que anticorpos passados pelo leite materno possam realmente proteger os bebês.

“A proteção do bebê reside principalmente na proteção da própria lactante que não vai transmitir a covid-19 para seus bebês. Não existem evidências demonstrando que anticorpos passados pelo leite materno possam realmente proteger os lactentes [bebês ou crianças que mamam no peito], então isso é uma evidência que nos falta”, aponta Flávia.

Para quem amamenta, a médica afirma que as vacinas são seguras. “As vacinas já vêm sendo aplicadas em lactantes desde que elas foram aprovadas ao redor do mundo e o que a gente observa é que elas são tão seguras quanto para qualquer outra mulher, não há nenhum risco específico envolvendo lactantes que passaram do período do puerpério”.

A única restrição existente diz respeito às lactantes que estão nos primeiros 45 dias após parto, o puerpério. “Nessa fase há precaução de evitar as vacinas de vetor viral, como a Oxford/ Astrazeneca e a Janssen, por conta de um evento adverso que aconteceu com uma gestante aqui no Brasil e essa é uma medida de precaução”.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Mastologia também recomendam que as lactantes tomem a vacina contra covid-19.

“A Febrasgo recomenda a vacinação anticovid para lactantes, não só para proteção da mãe, como para a proteção também do recém-nascido. Existem alguns trabalhos que já comprovam que existe essa transferência pelo leite materno e só não sabemos ainda se a quantidade de anticorpos transferidas garante a proteção do recém-nascido. A puérpera lactante ou a lactante que tomou a vacina não precisa interromper a amamentação”, ressaltou a ginecologista Cecília Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da federação.

“Gestantes e lactantes têm risco aumentado para infecção por covid-19. Em relação à marca, temos contraindicado, no Brasil, o uso das vacinas com vírus inativado (Oxford/Astrazeneca e Janssen) no período da gestação e puerpério, fora desta fase, na amamentação, pode ser qualquer uma”, afirmou a médica Beatriz Gerônymo, da Comissão de Aleitamento da entidade da Sociedade Brasileira de Mastologia.

O E-lactancia, site destinado principalmente a estudos de compatibilidade de medicamentos e substâncias utilizadas pela mulher durante a amamentação, se posiciona a favor da vacinação contra covid por lactantes, descrevendo como “situação bastante segura”.

Em março deste ano, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também se posicionou favorável à vacinação desse grupo. “A SBP é enfática em recomendar a vacinação de mulheres que, na sua oportunidade de vacinação, estiverem amamentando, independentemente da idade de seu filho, sem necessidade de interrupção do aleitamento materno, ressaltando todos os benefícios de ambas as ações (imunização e amamentação)”.

Mesmo vacinadas, essas mães precisam manter o uso de máscaras, o distanciamento social, evitar aglomerações e sempre lavar a mão com sabão e usar o álcool em gel,  cuidados necessários para evitar contaminação pela covid-19 e outras doenças infecciosas .

Grupo prioritário

A Lei 14.190/21 acrescentou aos grupos prioritários de imunização as lactantes, gestantes, puérperas e também crianças e adolescentes com deficiência permanente ou comorbidade e adolescentes privados de liberdade. A lei foi publicada no Diário Oficial em 30 de julho.

Calendário vacinal em dia

Apesar da importância dos imunizantes contra covid-19 para combater a pandemia, mulheres que amamentam não podem esquecer de tomar outras vacinas existentes no calendário vacinal do adulto brasileiro. O leite materno protege não só contra a covid-19, mas contra diversas outras doenças infecciosas.

Em outubro de 2020, a Sociedade Brasileira de Pediatria, SBim e a Febrasgo emitiram documento técnico que trata da imunização na gestação, pré-concepção e puerpério. O documento informa, conforme citado pelos especialistas ouvidos pela Agência Brasil, que algumas vacinas que são contraindicadas durante a gestação devem ser recomendadas no puerpério, como a tríplice viral, varicela e HPV, mesmo para aquelas que estão amamentando.

Por outro lado, diz o documento, a vacina da febre amarela deve ser evitada em nutrizes até que o bebê complete 6 meses. Se a vacinação for necessária, entretanto, deve-se suspender o aleitamento materno por 10 dias após a administração da vacina.  Após os 6 meses de idade da criança, a nutriz pode receber a vacina sem necessitar suspender o aleitamento.

O ideal é que a mulher que pretende engravidar procure atualizar a caderneta de vacinação para se preparar para a gestação, explica a médica pediatra Tania Cristina Petraglia, secretária do Departamento Científico de Imunizações da SBP.

“A vacina tríplice viral, que protege para sarampo, caxumba e rubéola é uma vacina viva, é [vírus] atenuado, mas é viva, então não pode ser aplicada durante a gestação. É preferível que a mulher tome a vacina antes de engravidar, então a mulher pode já ter um esquema de Hepatite B feito, para difteria, tétano e a tríplice viral antes de engravidar”, recomenda Tania.

Durante a gestação, a mulher vai ter que tomar vacina da gripe e também a tríplice acelular do adulto, que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche, chamada dTpa.

“Essa proteção para coqueluche é muito importante para o bebê, porque os anticorpos que passam através da placenta vão protegê-lo para coqueluche nos primeiros meses de vida, enquanto ainda ele não completou o esquema de vacinação, com seis meses de vida”, detalha a médica.

Durante a pandemia, a médica lembra que houve uma baixa cobertura vacinal, não só de crianças, mas de todas as faixas etárias. “Agora, com a flexibilização, é superimportante que todos mantenham o calendário de vacinação atualizado e isso não é só para criança, o adulto vacinado adequadamente está protegendo a criança também, porque forma uma rede de proteção e isso é bom para todos, do ponto de vista individual e do ponto de vista da coletividade, pois o vacinado vai estar contribuindo para diminuir a circulação de doenças”.

A pediatra Flávia Bravo, presidente da Comissão de Informação e Orientação da SBIm, também alerta para a importância de se manter os calendários de vacinação em dia.

“A gente se preocupa muito com o calendário infantil, é claro, mas existem vacinas para adolescentes cuja cobertura nunca atingiu os níveis desejáveis e, agora, estão mais baixos ainda, assim como vacinas para gestantes, que estão inclusive com dificuldade de fazer seus pré-natais por conta da pandemia. O panorama que nos ameaça não é nada otimista, é preciso saber que precisamos manter os calendários de vacinação em dia.”

Vacinas Indicadas durante o puerpério e lactação contraindicadas
Influenza  Sim
Tríplice bacteriana

acelular do tipo adulto

(difteria, tétano e

coqueluche) – dTpa ou

dTpa-VIP

Dupla adulto (difteria

e tétano) – dT

Sim
Tríplice viral (sarampo,

caxumba e rubéola)

Sim
Varicela (catapora) Sim
HPV Sim
Febre amarela Não Sim

Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim)

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Butantan entrega 10 milhões de doses da vacina contra a covid-19

Instituído pela Lei 11.303/2006, o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, comemorado hoje (30), quer dar maior visibilidade à doença, informar a população e alertar para a importância do diagnóstico precoce da enfermidade, que pode ser tratada e impedir sequelas.

O professor de neurologia da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Denis Bichuetti, disse à Agência Brasil que do ponto de vista clínico, a esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e debilitante, mas caso seja diagnosticada e tratada  precocemente, ou seja, antes de as sequelas acontecerem, “o paciente pode ficar muito bem, sem sequelas por muitos anos. O que eu quero dizer é que ela é uma doença que, para eu precisar de uma bengalinha para andar, levam-se 15 anos; para eu precisar de um andador, 20 anos; e uma cadeira de rodas, 25 anos”.

Ele alertou, entretanto, que como a esclerose é uma doença que começa por volta dos 20 ou 30 anos de idade e apesar de levar muito tempo para gerar incapacidade, ela ataca pessoas na época mais produtiva da vida, entre 20 e 55 anos de idade.

O coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí e coordenador da neurologia do Hospital e Clínica de São Gonçalo, Guilherme Torezani, esclareceu que a esclerose múltipla é doença autoimune, que acaba atacando algumas áreas do cérebro e comprometendo o sistema nervoso central. Dependendo da área do cérebro inflamada, vários sintomas podem surgir de forma súbita, em surtos. “Se o paciente deixa isso passar, não investiga, a doença vai piorando. É importante haver essa conscientização de que sintomas neurológicos novos devem ser sempre investigados por um neurologista. Por isso, a gente fala em diagnóstico precoce”, disse Torezani.

Diagnóstico precoce

Denis Bichuetti afirmou que o primeiro motivo para diagnosticar logo a doença é tratar cedo e impedir a cadeia de sequelas. O primeiro ponto para diagnosticar e tratar precocemente é mudar a história da doença, “como foi mudada a história da poliomielite, do acidente vascular cerebral (AVC), como vem mudando a história do câncer” no Brasil, observou.

O segundo motivo é social e econômico. “Se eu tratar a pessoa antes de desenvolver sequela, o custo dos medicamentos, o custo desembolsado por benefícios sociais e o custo indireto com aposentadoria vão ser muito menores”. Isso se eu mantiver a pessoa andando e produzindo, em vez de esperar uma sequela acontecer. Porque vou ter que tratar essa sequela, que é muito mais caro do que o remédio para mantê-la andando. E a pessoa vai parar de produzir e consumir benefício social”, explicou Bichuetti.

A terceira razão para o diagnóstico e tratamento precoces é o bem da própria pessoa, que é o elemento mais interessado, para que ela se mantenha próxima da família, possa desenvolver atividades de lazer, ter um trabalho onde vai produzir e ser remunerada.

Estimativa

Dados da Federação Internacional de Esclerose Múltipla e da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicados em 2013, indicavam que no Brasil existiam 40 mil casos da doença. Denis Bichuetti disse, porém, que esse número está subestimado. “Por ser uma doença crônica e a pessoa viver com ela por 30 ou 40 anos, deve haver pelo menos o dobro de brasileiros com esclerose múltipla. O problema é que nem todos estão plenamente diagnosticados”.

De acordo com o Ministério da Saúde, a prevalência média da doença no Brasil é de 8,69 para cada 100 mil habitantes. No mundo, estima-se que entre 2 e 2,5 milhões de pessoas convivam com a esclerose múltipla.

Diante de sintomas súbitos, que ocorram de uma hora para outra, como a perda da visão de um olho, dor, alterações da sensibilidade, perda da função de um membro, visão dupla, troca de palavras, a pessoa deve buscar imediatamente um hospital porque pode ser um AVC. Em geral, os sintomas da esclerose múltipla evoluem ao longo de vários dias ou semanas. Portanto, a recomendação é que procure auxílio médico.

O ideal é que a pessoa vá a um neurologista, mas como nem todas as cidades no Brasil dispõem desse especialista, a recomendação é procurar um clínico de confiança ou um pronto-socorro. Denis Bichuetti acrescentou que se os sintomas forem muito agudos, o paciente deve ser levado para uma emergência, que tem os mecanismos de avaliar se não é outra coisa que precisa ser tratada. “A esclerose múltipla pode esperar até amanhã. O AVC não pode”, exemplificou.

Mulheres

Guilherme Torezani informou que a doença atinge duas vezes mais mulheres do que homens e é diagnosticada, em média, aos 30 anos na mulher, na idade mais produtiva, embora possa acometer desde crianças até pessoas mais idosas. Isso vale para outras doenças autoimunes, como lúpus, doença de Crohn, por exemplo. Segundo explicou Denis Bichuetti, a mulher tem tendência maior a desenvolver doenças autoimunes por fatores genéticos. “Não é uma coisa exclusiva da esclerose múltipla, mas do gênero feminino em geral’.

O tratamento é feito com medicamentos. Atualmente, existem no mundo cerca de 14 ou 16 medicamentos aprovados por agência reguladora, com reconhecimento científico para o tratamento. Desses, em torno de 12 existem no Brasil e dez estão disponíveis na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e dentro do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

“No Brasil, salvo a questão do atraso no diagnóstico e a demora, muitas vezes, para chegar a um neurologista, nós temos medicamentos aprovados tanto no SUS quanto na saúde suplementar que nada devem a outros países. O grande problema é as pessoas chegarem ao neurologista, o que no SUS é bem mais complicado do que no sistema privado”, afirmou o professor da Unifesp.

Recomendação

Denis Bichuetti disse ainda que, neste dia 30, o recado para a população é que a doença afeta pessoas jovens, é potencialmente incapacitante, mas tem tratamento. “E com um tratamento adequado, podemos evitar sequelas. Essas pessoas podem e devem ser mantidas dentro dos seus círculos sociais e ambientes de trabalho”.

Aos empregadores, Bichuetti pediu que não vejam funcionários portadores da doença como inválidos, mas sim como pessoas que, se receberem tratamento adequado, vão continuar produzindo muito bem e não devem ser demitidas. “Olhadas como pessoas com qualquer outra doença, que têm altos e baixos e merecem a mesma oportunidade de todo mundo”.

Guilherme Torezani ressaltou também a importância de desmistificar a doença. Não é uma sentença de morte nem sentença de invalidez, assegurou. Há pacientes em tratamento estáveis, há anos sem ter surtos, vivendo uma vida praticamente normal. “É isso que a gente tem que deixar como mensagem”.

O neurocirurgião Claudio Fernandes Corrêa, idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, sugeriu aos portadores da doença a prática regular de atividades físicas, aliada à fisioterapia motora e associação de medicação para o controle esfincteriano, caso esse seja comprometido. Para casos de alteração do controle muscular, caracterizada por rigidez e tensão dos músculos, Corrêa recomendou a fisioterapia de reabilitação física somada à medicação, bem como procedimentos neurocirúrgicos em cenários mais limitantes.

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Pfizer entrega mais 2,1 milhões de doses de vacina contra a covid-19

Participantes que tiveram problemas logísticos ou sintomas de doenças infectocontagiosas no último sábado (28) ou ontem (29) e não puderam fazer ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2020 podem solicitar, de hoje (30) até até a próxima sexta-feira (3/9), a reaplicação da prova, por meio do site do Encceja.

A reaplicação será nos dias 13 e 14 de outubro. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), será necessário comprovar a condição que motivou a ausência e os casos serão analisados individualmente. A regra vale para pessoas que apresentaram sintomas de covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa prevista no edital, como coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola ou varicela.

Comprovação

No momento da solicitação, a pessoa deverá inserir, obrigatoriamente, documento legível que comprove a condição. É necessário constar o nome completo do participante, o diagnóstico com a descrição da condição, o código da Classificação Internacional de Doença (CID10), além da assinatura e da identificação do profissional que realizou o diagnóstico, com o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM), do Ministério da Saúde ou de órgão competente, assim como a data do atendimento. O documento precisa ser anexado em formato PDF, PNG ou JPG, no tamanho máximo de 2 MB.

Os inscritos que comprovaram a condição e tiveram a solicitação aprovada vão participar da reaplicação do exame.

Problemas logísticos

No caso de pessoas que não puderam fazer a prova por problemas logísticos, é necessário que a situação esteja enquadrada nas previstas no edital do Encceja 2020. Desastres naturais ou falta de energia elétrica que prejudicaram a aplicação do exame, por exemplo, são alguns dos contextos que permitem a solicitação. Nessas situações, a pessoa deverá descrever o que aconteceu, por meio do sistema Encceja. O Inep também receberá documentos que comprovem o ocorrido e analisará cada caso.

Encceja

O Encceja é um exame destinado a jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade apropriada. Mais de 1,6 milhão de pessoas confirmaram a participação nesta edição de 2020; dessas, 297.543 em busca da certificação para o ensino fundamental e 1.310.593, para o ensino médio. A reaplicação ocorrerá nas mesmas datas do exame para Pessoas Privadas de Liberdade ou sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Encceja PPL) 2020.

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Queimadas e problemas respiratórios: entenda os perigos do tempo seco

O mês de agosto tem registrado diversos casos referentes ao tempo seco. Embora seja comum no Ceará para esta época do ano, a baixa umidade do ar precisa ser encarada com cautela.

Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a umidade chegou a níveis de alerta em alguns municípios cearenses. Em Morada Nova, no Vale do Jaguaribe, foi registrado índice de apenas 15%, no mês de agosto. Na Capital, o valor chegou a 27% Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é necessário ter atenção a quaisquer níveis abaixo de 40%. Veja abaixo:

  • Estado de observação: umidade do ar de 40% a 31%;
  • Estado de atenção: umidade do ar de de 30% a 21%;
  • Estado de alerta: umidade do ar de de 20% a 12%.

Tempo seco causa problemas de saúde e ambientais

Dois pontos precisam de atenção redobrada neste período: a saúde respiratória e o risco de incêndios, especialmente em áreas de vegetação. No Ceará, o mês de agosto tem em média mais de 300 focos de incêndio todo ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com a o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), é comum, durante esta época, o cenário chamado “30-30-30”: umidade do ar abaixo de 30%, temperaturas de mais de 30°C e ventos acima de 30 km/h. Combinados, os três fatores impactam significativamente na ocorrência de incêndios florestais, como o que atingiu Mombaça durante três dias seguidos na última semana, pois há tanto maior quantidade de material inflamável, devido às plantas secas com a alta temperatura e baixa umidade, quanto condição para que o fogo se espalhe com o vento.

Problemas respiratórios causados pelo ar seco também aumentam nesta época do ano. Em conjunto com a pandemia de Covid-19, isso significa a necessidade de cuidados redobrados com a saúde.

A baixa umidade do ar causa, como efeito primário, o ressecamento das vias aéreas superiores – nariz e garganta. Como consequência, pode haver o desenvolvimento de quadros como alergias, asma e bronquite.

Além disso, as mucosas secas – além de nariz o boca, os olhos também são afetados – criam microfissuras, que podem facilitar a entrada de vírus e bactérias no organismo, levando ao risco de outras doenças. O uso de ar condicionado, devido às altas temperaturas, pode piorar a situação, pois o equipamento funciona retirando umidade do ar ambiente, o que amplia a gravidade do problema.

O ar seco causa também o fechamento dos brônquios, o que dificulta o fluxo sanguíneo nos pulmões. Isso aumenta a densidade do sangue e o esforço que o coração precisa realizar para bombeá-lo, ampliando o risco de problemas cardíacos e até de acidente vascular-cerebral (AVC).

Outro problema é que a baixa umidade do, mesmo com ventos elevados, dificulta a dispersão de poluentes no ar. Em conjunto com o maior risco de queimadas, isso pode causar cenários como o visto essa semana em São Paulo (SP), onde uma espécie de “chuva de fuligem” aconteceu quando as cinzas de um incêndio florestal, carregadas pelo vento, atingiram bairros da capital.

 

Baixa umidade do ar: cuidados e prevenção

Nestes cenários, a prevenção é de extrema importância, tanto para evitar problemas de saúde quanto para auxiliar na redução dos incêndios florestais. Confira abaixo algumas dicas para se proteger nesta época do ano.

Cuidados de saúde na baixa umidade do ar

O conselho mais importante é se atentar ao consumo de água. Conforme o ar resseca naturalmente as mucosas de nariz, boca e olhos, o corpo tenta compensar criando mais umidade. Por isso, é importante manter um consumo regular de água, sucos naturais ou água de coco, para repor o líquido perdido pelo organismo.

Produtos que ajudem com o ressecamento também são importantes. Nas mucosas, a lavagem do nariz com soro e uso de colírios nos olhos auxiliam na lubrificação destes locais. Quem usa lentes de contato deve reduzir o número de horas com o acessório, e dar preferência à utilização de óculos. O uso de hidratantes para pele e nos lábios também pode reduzir a sensação de ressecamento no corpo.

Além do corpo, é necessário cuidar do ambiente, para que os efeitos do tempo seco sejam menos graves. Manter janelas e portas abertas para circulação de vento ajuda a dissipar partículas de gases e outros poluentes que estejam suspensas no ar. Outra dica é usar umidificadores de ar, ou manter bacias com água em todos os cômodos – neste caso, elas devem estar cobertas com tela ou um pano leve, para evitar a criação de focos de mosquito da dengue.

Evitando incêndios florestais no tempo seco

A população também pode agir para evitar incêndios em áreas de mata, como florestas ou terrenos baldios, no período de baixa umidade do ar. A recomendação do CBMCE é que, ao avistar um foco pequeno, como em um saco de lixo ou arbusto, ele seja imediatamente debelado.

Caso a extensão do fogo seja maior, porém, não tente apagá-lo: deve-se isolar a área e chamar os bombeiros. Na última terça-feira, 24, um idoso morreu na cidade de Farias Brito, no Cariri, ao tentar apagar um incêndio florestal.

Uma causa comum de incêndios é o uso de fogo para limpar grandes quantidades de lixo. A prática, além de ser crime ambiental, pode fazer com que as chamas se expandam para além do local onde material foi queimado, gerando incêndios de grandes proporções.

Fumantes devem prestar especial atenção se o cigarro está completamente apagado antes de ser descartado. Também deve-se evitar jogar as bitucas na rua ou diretamente em lixeiras, para evitar a possibilidade de que os outros materiais descartados peguem fogo.

Quem costuma realizar acampamentos e excursões em áreas de mata, por fim, precisa se atentar às fogueiras utilizadas nestas atividades. As chamas precisam estar constantemente sob supervisão, para não se espalharem, e o fogo deve ser apagado completamente ao sair do local.

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Covid-19: mais de um milhão de adolescentes já foram vacinados

O resultado das aglomerações registradas ao longo dos últimos dias nos municípios de Barbalha e Crato, na região do Cariri cearense, pode ter um impacto direto no número de casos confirmados e óbitos pela Covid-19 nas próximas semanas. A expectativa é baseada, sobretudo, na presença da variante Delta no Ceará, que teve seus primeiros casos registrados no último dia 29 de julho, em moradores de Fortaleza, Caucaia e Itapipoca. Eles foram identificados na barreira sanitária no Aeroporto Internacional Pinto Martins, na Capital. Atualmente, o Estado soma 62 casos identificados pela variante.

Em entrevista ao repórter Guilherme Carvalho, da rádio CBN Cariri, o infectologista da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP), Keny Colares, destacou que a chegada da variante ao Estado deve mudar o cenário da Covid-19 nas próximas semanas. “Hoje, a variante fez com que as curvas mudassem de comportamento. Região que estava baixando casos começaram a aumentar rapidamente e isso foi acontecendo depois que a variante chegou. Como chegou por aqui próximo do começo de agosto, a gente imagina que no começo de setembro ou metade de setembro, possa haver mudanças nesse cenário da doença no Estado”, disse.

Uma festa clandestina ocorreu no Crato no último sábado, 21, dentro de uma chácara na região. Desobedecendo ao decreto estadual, o evento chegou a reunir 500 pessoas no local. A Polícia Militar, em conjunto com a Vigilância Sanitária, encerrou a festa. No decreto estadual vigente, de combate à pandemia da Covid-19, é permitida a realização de eventos com o público de até 200 pessoas, mas apenas se eles forem corporativos e ocorrerem em espaço aberto.

Atualmente, o Crato possui a taxa de ocupação por Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), dos hospitais no município, no percentual de 30%. Na enfermaria, o índice é de 18%. Os dados são da plataforma IntegraSuS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), desSa sexta-feira, 27, consolidados às 18h.

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Durante a pandemia da Covid-19, os desafios das equipes de vigilância sanitária são coibir as aglomerações e demais descumprimentos do decreto estadual e municipal. Em Barbalha, a 501 quilômetros de Fortaleza, as ocorrências são corriqueiras. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram grupos de pessoas bebendo sem usar máscara em uma praça no Centro da cidade, no último domingo, 22. O ocorrido aconteceu uma semana depois de uma vaquejada clandestina com mais de cinco mil pessoas. A festa foi encerrada pela polícia militar.

Para o coordenador da vigilância sanitária de Barbalha, Carlos Henrique Albuquerque, o aumento de casos é uma consequência direta das aglomerações. “Nós estávamos com a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) zerada e agora nós temos um paciente na UTI e outro na enfermaria. Esse aumento pode estar atrelado aos descumprimento dos decretos de isolamento social. Barbalha, nessas últimas duas semanas, tem se tornado um cenário de aglomerações, principalmente no período de sexta a domingo”, comentou Carlos.

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Barbalha possui 25,71% da taxa de ocupação na UTI Covid. Na ala da enfermaria, o município está em 2,5%, conforme dados do IntegraSUS. No número de casos confirmados pelo o novo coronavírus, a cidade soma 6,9 mil desde o começo da pandemia, em março de 2020. No número de óbitos, são 163, no total.

Confira atuais autorizações válidas no decreto estadual:

– Toque de recolher segue de segunda a domingo, de 1 às 5 horas;
– Liberação do uso de equipamentos públicos para realização de eventos culturais no Estado;
– Bares, restaurantes e barracas de praia podem funcionar até a meia-noite com 50% da capacidade;
– Cinemas, museus e teatros passam a operar com 50% da capacidade;
– Autorizada apresentações musicais em áreas de lazer de condomínios desde que sejam no máximo dois artistas por apresentação.

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Outras medidas vigentes no Ceará

Setores religiosos e comércio de rua
>> Comércio de rua e serviços, envolvendo estabelecimentos situados fora de shoppings, inclusive escritórios em geral: autorizados a funcionar das 9 às 19 horas, com limitação de 50%

>> Shoppings: autorizados a funcionar das 10 às 22 horas, com limitação de 50%

>> Restaurantes e bares: das 9 à 0 hora, exceto para aqueles situados em shoppings – que funcionarão de 10 às 0 horas, com capacidade de 50%

>> Instituições religiosas: poderão promover celebrações presenciais até às 22 horas com 70% do limite da capacidade

>> Construção civil: iniciará as atividades a partir das 7 horas

Academias
>> De segunda a domingo, de 6 às 22 horas, com capacidade de 40%, funcionamento com horário marcado e observado os protocolos de biossegurança e com recomendação de sistema de agendamento de horário

Barracas de praia
>> Poderão funcionar de 8 à 0 hora, com limitação em 50% e obediência às regras de protocolo sanitário.

>> Piscinas e parques aquáticos dentro de estabelecimentos: autorizadas, mas limitadas a 30% da capacidade

Buffets
>> Aqueles que operam como restaurante: poderão funcionar com limitação de 50% com as mesmas regras do setor alimentação fora do lar

>> Eventos sociais: liberados com capacidade de 200 pessoas para ambientes abertos e 100 pessoas para ambientes fechados; admissão do ingresso de pessoas já vacinadas com duas doses da vacina ou comprovação de testagem negativa para a Covid-19, com exame realizado no prazo máximo de até 48 horas antes do evento. Eventos devem ser realizados entre 9 e 0 hora.

Eventos diversos e aparelhos culturais ou de lazer
>> Permitida a realização de eventos testes específicos previamente agendados e definidos pelo setor com as autoridades da saúde;

>> Feiras livres: autorizadas, desde que obedecidos o distanciamento mínimo entre os box de venda e clientes e com 50% da capacidade;

>> Piscinas de clubes ou parques aquáticos associados a redes hoteleiras: autorizadas, com ocupação máxima de 60% da capacidade;

>> Teatros, museus, bibliotecas e cinemas: autorizados, com limitação de capacidade de 50%;

>> Parque de diversões: autorizados, com limite de 30% da capacidade

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Covid-19: Brasil teve 24,7 mil novos casos e 684 mortes

Somente neste sábado, 28, um total de 39.059 doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas somente em Fortaleza. Os números incluem um novo público na campanha e alcança a faixa etária de 16 anos. Dos vacinados, um total de 33.760 pessoas entre 16 e 17 anos receberam o imunizante, e 5.298 adultos entre os que foram reagendados para a 1ª dose, os que têm acima de 40 anos e podem receber a vacina sem agendamento prévio, além dos que chegaram à data limite para 2ª dose. O POVO esteve no Centro de Eventos nesta manhã e encontrou longas filas.

Em Fortaleza, mais de 148 mil cadastros do público entre 17 e 12 anos já foram realizados para receber a vacina na plataforma Saúde Digital. A Prefeitura de Fortaleza orienta aos adolescentes entre 12 e 17 anos de idade residentes da Capital que também realizem o cadastro no Saúde Digital, da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), para a vacinação contra a Covid-19. “Pais, responsáveis, cadastrem seus adolescentes, pois em breve estaremos dando uma excelente notícia para a população”, informa a secretária-adjunta da Sesa, Aline Gouveia.

Para efetuar o cadastro, é preciso informar dados pessoais como nome completo, CPF, data de nascimento e telefone para contato, entre outros. É necessário preencher corretamente os dados e é fundamental checar o e-mail de confirmação para que o processo seja concluído.

Durante a vacinação, a recomendação da secretária-adjunta é a de que apenas um responsável acompanhe o adolescente, para evitar aglomerações. Os jovens devem ser imunizados com a vacina da Pfizer/BioNTech.

A hora de tomar a vacina contra Covid-19 se tornou um momento de muita emoção e até manifestação política, com direito a vídeos, cartazes e fotos. Não foi diferente com a estudante Amanda Maria Pereira, 16. “Eu trouxe uma plaquinha para manifestar revolta, por causa do País do jeito que está e pela demora com os imunizantes para a população”, comenta.

Ela estava ao lado do pai, Ibiapino Pereira, 42. Sobre o ato da filha, seu Ibiapino diz apoiar: “Eu acho importante, porque a gente perdeu muita gente importante por causa da doença. Se as vacinas tivessem sido antecipadas, talvez não tivéssemos chegado a esse ponto”, concorda

Além das manifestações políticas, os adolescentes também deram um show de segurança. Ao O POVO, contaram sobre os cuidados com o uso das máscaras e a higienização constante das mãos.

Júlia Soares, 16, por exemplo, usava a máscara PFF2 com o suporte de uma máscara cirúrgica, só para garantir. O desejo da mãe dela, Magda Melo, 48, é que a filha possa ter um pouco mais de tranquilidade durante a pandemia, mas sem descuidar, é claro.

O mesmo vale para Maria Giovanna Batista, 17: ela perdeu a avó para a Covid-19 e se preocupou muito com o irmão, de 20 anos, que trabalha na recepção de um hospital. “Foi complicado. A gente sempre teve medo de ele pegar, às vezes ele tinha uns sintomas”, lembra a estudante.

“Mesmo se vacinando, tem que continuar com os cuidados. Tem que continuar com máscara, lavando sempre as mãos. Porque a pandemia ainda está aí!”, reforça Maria José Batista, mãe de Giovanna.

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